sábado, abril 25, 2009

III SIMPOSIO INTERNACIONAL SOBRE RELIGIOSIDADES...

O III Simpósio Internacional sobre Religiosidades, Diálogos Culturais e Hibridações, promovido pelo Departamento de História e Direito (da UFMS) e pela ANPUH - Núcleo de Mato Grosso do Sul, aconteceu na cidade de Campo Grande dos dias 21 ao dia 24 de abril.

Reuniram-se, durante o evento, inúmeros acadêmicos, pesquisadores e professores de diversas áreas para debater temas que variavam de Ciências da Religião, Filosofia, História, Teologia, Ensino Religioso, Literatura etc. Foram dias de intenso debate que reuniu pesquisadores de todos os cantos do Brasil.

O grupo Coordenado pelo Professor DR. Reinaldo Olecio Aguiar, reuniu pesquisadores em torno do tema: PROTESTANTISMO, PENTECOSTALISMO E NEOPENTECOSTALISMO e teve agenda repleta no três dias de exposição. Foram discutidos temas como: Neopentecostalismo e Pós-modernidade, Protestantismo e Cultura Brasileira, O protestantismo nas páginas de um jornal católico do Século XIX, Sociabilidade esportiva da Renascer em Cristo e Bola de Neve, dentre outros temas que geraram bastante interesse entre os participantes, como por exemplo, a Igreja Mundial do Poder de Deus o mais novo sucesso midiático nacional. O destaque em minha opinião, foi o número de trabalhos (4) voltados para as Assembléia de Deus, denominação Pentecostal (tradicional) que no próximo ano (2010), completa 100 anos de chegada ao Brasil e a perspectiva de uma monografia inovadora aliando Literatura e Religião, intitulada: Sociedade Fáustica e o novo protestantismo brasileiro por um grupo de acadêmicos de Goiás.
  • Parabenizo a toda a organização do evento, principalmente ao Professor Dr. Jerry Roberto Marin pelo sucesso e também ao Professor Reinaldo, pela brilhante condução dos debates no grupo destacado acima. Saúdo os colegas: Marcos Nicolini, Reinaldo Aguiar, Alceste Pinheiro, Ronald Apolinário de Lira, Jonatas Silva Meneses, Ademar Alves da Silva, Dennis Rodrigo Damasceno Fernandes, Andre Dioney Fonseca, Marcos Cristiano Reis, Ricardo Bitun e Marcilene Nascimento de Farias.

domingo, abril 19, 2009

CULTURA BRASILEIRA (Homenagem ao dia do Índio)


O brasileiro já nasce falando tupi, mesmo sem saber. O português falado em Portugal diferencia-se do nosso principalmente por causa das expressões em tupi que incorporamos. Essa incorporação é tão profunda que nem nos damos conta dela. Mas é isso o que faz a nossa identidade nacional. Depois do português, o tupi é a segunda língua a nomear lugares no País”.


A lista de nomes é extensa e continua aumentando. Há milhares de expressões, como:


Ficar com nhenhenhém – que quer dizer falando sem parar, pois nhe’eng é falar em tupi.
Chorar as pitangas – pitanga é vermelho em tupi; então, a expressão significa chorar lágrimas de sangue.
Cair um toró – tororó é jorro d’água em tupi, daí a música popular “Eu fui no Itororó, beber água e não achei”.
Ir para a cucuia - significa entrar em decadência, pois cucuia é decadência em tupi.
Velha coroca é velha resmungona – kuruk é resmungar em tupi.
Socar – soc é bater com mão fechada.
Peteca - vem de petec que é bater com a mão aberta.
Cutucar - espetar é cutuc.
Sapecar - é chamuscar é sapec, daí sapecar e sapeca.
Catapora – marca de fogo, tatá em tupi é fogo.



O significado de grande parte dos nomes de lugares só se sabe com o tupi. Como nomes de bairros da maior cidade do país.


Pari é canal em que os índios pescavam,
Mooca é casa de parentes,
Ibirapuera é árvore antiga,
Jabaquara é toca dos índios fugidos,
Mococa é casa de bocós – bocó é tupi.


Pelo professor Eduardo Navarro, pesquisador da matéria na Universidade de São Paulo (site: UOL em 19/04/2009).

sexta-feira, abril 10, 2009

CULTURA


Apesar da grande quantidade de definições existentes, podemos compreender a cultura como sendo sistemas (de padrões de comportamento socialmente transmitidos) formados por um emaranhado de elementos dinâmicos complexamente interligados que foram desenvolvidos historicamente por uma sociedade humana como resposta conjunta aos estímulos que encontraram no decorrer do tempo, sejam eles naturais, sociais ou intelectuais. É o complexo de conhecimentos, comportamentos, valores, crenças, técnicas, idéias desenvolvidas historicamente por uma sociedade e que são compreensíveis por seus membros, transmitidas e empregadas socialmente.

A cultura fornece aos homens, desde que nascem, uma visão da realidade construída historicamente pela sua sociedade. São como lentes que os seres humanos usam para enxergar o mundo. Forma um sistema simbólico de compreensão e organização da realidade e um meio de sobrevivência que se utiliza de estratégias além do nosso corpo (extra-somáticas) fornecendo meios para nos adaptarmos a uma grande variedade de fenômenos e ambientes, possibilitando ao homem a qualidade de desenvolver a si mesmo, socialmente.

Na medida em que os indivíduos, agrupados em sociedade, interagem entre si e com o mundo que os cerca, respondendo os estímulos recebidos, procurando responder as questões que lhe são impostas por si mesmo, pela sua sociedade ou pelo ambiente e procurando encontrar soluções aos problemas que encontram, o homem desenvolve sua cultura.

A cultura é, então, diretamente produzida através das relações sociais e respostas-criativas encontradas por uma sociedade e constituída num sistema simbólico compreendido e compartilhado por seus integrantes. O desenvolvimento das sociedades é altamente dinâmico, estando sujeito a uma grande variedade de estímulos. A cultura, portanto, é trabalhada constantemente no decorrer do tempo através dos constantes estímulos impostos pelo meio, pelos próprios indivíduos e pelo contato com outras culturas.

O padrão de respostas é repetido diversas vezes no decorrer da vida social, gerando os padrões de comportamento, valores éticos e sociais, regras de convivência, religiões entre tantos outros complexos que vão caracterizando uma sociedade. Conforme Hoebel e Frost (2003:302) “[...] cultura é a soma total integrada dos traços comportamentais aprendidos, características dos membros de uma sociedade, que abrangem todo o seu modo de vida – tecnológica e ideológica”.

O homem é um produto não só de fenômenos biológicos, mas do meio cultural onde foi socializado, sendo herdeiro de um processo acumulativo de experiências culturais de seus antepassados. O Antropólogo Ralph Linton (2000, p. 86) nos dá uma interpretação que nos leva a considerar o quão imensamente importante é a cultura na constituição do homem, conforme ele “sem a presença da cultura (...), o homo-sapiens nada mais seria que um Simiidae terrestre, ligeiramente diferente em estrutura e ligeiramente superior em inteligência”. O que nos leva a crer que a capacidade peculiar de produzir cultura é o principal elemento que separa os homens do restante dos animais.

O ser humano é, portanto, um animal de dimensões biológicas e culturais, o que torna o estudo da cultura essencial para compreender o homem e a humanidade de maneira totalizante, como se propõe a antropologia.
Por Rossano Carvalho Nunes