domingo, setembro 12, 2010

SERÁ QUE "EU" ME BASTO??

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Uma das características marcantes da sociedade atual é, sem dúvida, o individualismo. Desejos egoístas e preocupação cada vez menor com o outro são marcas do momento histórico que vivemos. Essas atitudes trazem consequencias graves para a nossa sociedade, dentre elas podemos enumerar o aumento da violência, a desestruturação da familia e uma crescente superficialidade nas relações de amizade e afetivas de modo geral.

O homem atual é levado a procurar com afinco sua própria felicidade, sem saber muito bem o que exatamente isso significa. Isso tem levado a um exagero ao culto do "eu", daquele que foi destinado a viver em sociedade, mergulhando-o cada vez mais num individualismo desmedido e desregrado. O ser humano de maneira geral, tem se mostrado embrutecido diante dos dramas alheios, uma vez que aprendeu a cultuar seu próprio mundo, seu próprio ego. É bom lembrar, no entanto, que para construir sua personalidade o homem precisa de relacionamentos. Desenvolver maneiras de agir e de sentir, requer relacionamentos.

A humanidade só é possível porque existem seres humanos e apenas nos tornamos humanos dentro desta humanidade, vivendo esta natureza e, sobretudo, com quem nos relacionamos. Diante disso, é importante repensar as relações dos seres humanos entre si, perceber a necessidade que uns temos dos outros, dando a ele a mesma importância que acreditamos necessária a nós mesmos, para que o processo possa ser revertido.

Segundo Hegel, negar a importância do outro é negar o próprio autoconhecimento e querer se retirar da coexistência, da convivência, é viver "inautenticamente", como sugeriu Heidegger.

A partir da abertura para o outro, reconhecendo a dignidade dele, poderemos repensar as relações e até noções éticas para toda a humanidade.

Sugestões de leitura:


HEIDEGGER, M. Ser e Tempo, Editora Vozes;

HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito, Editora Vozes.