O século XX, aliás, apresenta-se com uma erupção de violência sem precedentes, infelizmente a capacidade de inflingir danos e mutilações tem acompanhado o extraordinário progresso econômico e científico do homem. Parece faltar sabedoria para refrear a agressividade e mantê-la dentro de limites seguros.
Acontecimentos chocantes do século XX, tais como a destruição de Hiroxima e Nagasaki, revelaram a autodestruição e o niilismo existentes no bojo das brilhantes realizações da cultura moderna. Sucessivas catástrofes ambientais denunciam um fato evidente: o ser humano já não vê a terra como "sagrada", considera-a um simples recurso. Se não houver uma revolução espiritual à altura do gênio tecnológico é improvável (e previsível) que o ser humano consiga salvar o planeta. Uma educação puramente racional não será suficiente.
A religião, que deveria ajudar a cultivar o sentido da sagrada inviolabilidade do ser humano, com frequencia parece refletir a violência e o desespero de nossa época. O exemplo disso são os inúmeros atos de terrorismo, ódio e intolerância com motivação religiosa. O número de pessoas "sem igreja" ou "sem religião" cresce a cada dia. Essas pessoas, cada vez mais descrentes, consideram irrelevantes e inacreditáveis a confusão de doutrinas e práticas religiosas em curso, buscam nas artes plásticas, na música, na literatura, na dança, no esporte ou nas drogas a experiência transcendente que parece necessária ao ser humano.