segunda-feira, julho 25, 2011

Revolução da Incerteza

"A revolução contemporânea é a da incerteza" (J. Baudrillard)

Como produto do capitalismo, notadamente em sua fase denominada "flexivel", tem-se A Revolução da Incerteza.

Neste contexto a "economia da permanência" cede lugar à chamada "economia da transitoriedade": tudo passa;

A obsolescência é planejada;

Os pontos de referência desaparecem;

Os fluxos (de pessoas, imagens, informações, equipamentos...) são intensificados.

O declínio das metanarrativas* impede a afirmação de qualquer grande verdade. Isto faz da Pós-Modernidade o lugar do efêmero, do fugaz e, portanto, o lugar da incerteza.

*Na filosofia e na teoria da cultura, uma metanarrativa assume o sentido de uma grande narrativa, de nível superior (meta: é um prefixo de origem grega que significa "para além de"), capaz de explicar todo o conhecimento existente ou capaz de representar uma verdade absoluta sobre o universo. A Bíblia e o Alcorão são exemplos de metanarrativas universalmente conhecidas.

terça-feira, julho 19, 2011

Apontamentos acerca da Pós-Modernidade (Introdução)



A Pós-Modernidade caracteriza-se por mudanças significativas provocadas e vividas pelo homem, dentre as mais evidentes e que desencadearam inúmeras outras, aponta-se a globalização, uma tentativa de unificar as sociedades do planeta, uma nova ordem de cultura que, segundo alguns teóricos, estaria colocando em perigo a continuidade da espécie humana.

Para muitos desses teóricos (em especial filósofos e sociólogos), a Pós-Modernidade é marcada por fenômenos que representam um divisor de águas com a Modernidade. Surgida a partir da desconstrução de princípios, conceitos e sistemas construídos na modernidade, esse novo tempo estaria desfazendo todas as amarras da rigidez que foi imposta ao homem moderno. Assim, valores supremos como o FIM, representado por Deus, a UNIDADE, simbolizada pelo conhecimento científico e a VERDADE, como os conceitos universais e eternos, já estudados por Nietzsche no fim do século XIX, entraram em decadência acelerada na Pós-Modernidade.

Por conta disso, para a maioria dos autores, a Pós-Modernidade é traçada como a época das incertezas, das fragmentações, da troca de valores, do vazio, do niilismo, da deserção, do imediatismo, da efemeridade, do hedonismo, da substituição da ética pela estética, do narcisismo, da apatia, do consumo de sensações e do fim dos grandes discursos.

domingo, julho 03, 2011

A RELIGIÃO







"QUEM ELIMINA A RELIGIÃO ELIMINA A TODO E QUALQUER FUNDAMENTO DA SOCIEDADE HUMANA" Platão

A religião representa o imaginário social, ao mesmo tempo em que fala da capacidade humana de idealizar, de representar e de pensar a sociedade. Por ser agregadora, a religião denota um lugar privilegiado para significar e conduzir as mais diversas práticas coletivas. Tangencia a experiência humana, por isso fala do encontro entre os distintos contextos sociais, da realidade individual e da experiência transcendental. Manifesta-se na orientação do cotidiano, regulando-o.

Por outro lado a religião também constitui-se em grupos, definindo ritos, cerimônias, normas, modelos e hierarquizações. Envolve o real, o factível, o telúrico. Mas não somente, apesar de intrínseca ao cotidiano, dialoga com situações que, talvez, escapem ao controle da domesticação moderna, como o transe e a possessão. Permeia o mundo moderno, transcende a lógica da produção e do acúmulo capitalista. É capaz de confrontar os modelos da racionalidade e da utilidade, fazendo possível o re-encantamento da experiência humana, para além da "jaula de ferro".