domingo, julho 12, 2009

MEDO

.
Nunca a humanidade conseguiu se livrar do poder opressor do medo, esse ameaçador inimigo da paz humana, encarnado em diferentes figurações sociais e existenciais. Parece mesmo que o ser humano jamais conseguirá se libertar plenamente dele, libertar-se do medo seria de fato uma utopia e não uma análise concreta da dinâmica fluida do mundo real, marcado pelas suas inúmeras contingências e contradições.

.
O que podemos tentar continuamente é tornar a vida, ainda que não livre do medo, mais saudável e afirmativa se aceitarmos a finitude da condição humana e nos esforçarmos pela instauração de uma prática ética que valorize de fato a interatividade entre as pessoas, essa interatividade é cada vez mais liquefeita nestes tempos pós-modernos.

.
Zigmunt Bauman (sociólogo polonês conhecido por suas análises do consumismo pós-moderno) apresenta nitidamente a crueza da "vida líquida", mas a sua consistência se manifesta justamente na possibilidade de analisarmos o rumo existencial que escolhemos seguir e a capacidade de desenvolvermos uma orientação de vida mais sólida e substanciosa, mediante a valorização das diferenças.

.

Nenhum comentário: