terça-feira, março 04, 2014

A MORTE DA RAZÃO


O fato de que o homem é um ser decaído não quer dizer que não mais seja portador da imagem de Deus. Por decair em rebeldia e pecado, não deixou de ser homem. Pode amar, embora decaído. Seria erro afirmar que somente o Cristão é capaz de amar. Ademais, um pintor não-cristão pode a despeito, pintar a beleza. E é porque são ainda capacitados a fazer coisas como estas que manifestam ser ainda expressão da imagem de Deus ou, para dizê-lo em outros termos, que podem afirmar sua qualidade única de “humanidade” como homens.

É, pois, algo verdadeiramente maravilhoso que, embora seja o homem distorcido, corrompido, perdido em consequência da queda, é ainda homem. Não se tornou uma máquina, nem animal, nem planta. As marcas da “humanidade” ainda nele subsistem – amor, a racionalidade, o anseio por sentido, o temor do não ser, e assim por diante. Esse é o caso mesmo quando seu sistema não-cristão o leva a dizer que estas coisas não existem.

Entretanto, tais coisas é que o distinguem do mundo animal e vegetal e da máquina. Por outro lado, partindo de si mesmo autonomamente, é bastante óbvio, que sendo finito, jamais pode alcançar qualquer resposta absoluta. Isto seria verdadeiro se fosse somente com base no fato de que o homem é finito; a isto, entretanto, deve se acrescentar, desde a queda, o fato de sua rebelião. Rebela-se contra o testemunho do que existe e o perverte – o universo externo e sua forma, e a “humanidade” do homem.

Extraído de A MORTE DA RAZÃO de autoria de Francis Schaeffer primeira edição em Português 1974

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