sábado, setembro 29, 2012

A IGREJA TEM SALVAÇÃO?


Terminei a leitura do livro "A Igreja tem Salvação?", de um dos mais (se não o mais) renomados Teólogos Católicos da atualidade: Hans Küng. A visão geral do livro pode (e deve) ser lida no link: http://migre.me/aV2d7 do nosso grande Teólogo Católico Leonardo Boff. Nesta sucinta resenha Leonardo Boff resume exatamente a essência da obra e me deixa sem palavras para acrescentar algo, vale a leitura

O Blog contudo, gostaria de acrescentar algumas linhas contidas na obra de Hans Küng e referidas por ele como "conjunto de ideias que dão conta de como salvar a Igreja" e que já há muito o autor vem considerando em quatro enunciados, que, segundo ele próprio podem ser tomados por bivalentes. A essa visão de conjunto - vale não só para a Igreja Católica - observando os últimos anos, só confirmam essa necessidade urgente. São as seguintes:

1) A Igreja a ser salva não deve ser uma Igreja retroativamente voltada para a Idade Média ou para o tempo da Reforma, ou mesmo uma Igreja caída de amores pelo Iluminismo. A Igreja que pode sobreviver, no entanto, é aquela orientada para as origens cristãs e ao mesmo tempo voltada aos problemas que exigem solução hoje.

2) A Igreja a ser salva não é uma Igreja patriarcalista, aferrada a uma imagem feminina estereotipada, de linguagem exclusivamente masculina e de papéis predefinidos de maneira sexista.

3) A Igreja a ser salva não é uma Igreja de exclusividade confessionalista e de visão ideologicamente estreita, capaz de arrogantemente dar as costas aos fiéis, num ato de rejeição à comunidade. A Igreja que deve sobreviver é uma Igreja ecumenicamente aberta, praticante de um ecumenismo que se origina em seu seio e torna consequentes as muitas palavras e também atos ecumênicos, bem como reconhecimento oficial desses atos, a supressão de todas as excomunhões e validação de um caráter geral para a comunidade da Santa Eucaristia.

4) A Igreja a ser salva não é uma Igreja de representação eurocêntrica, de prerrogativa exclusivamente cristã e de imperialismo romano. Só pode sobreviver uma Igreja que seja universal e tolerante, que tenha respeito por uma verdade sempre maior e que por isso procure aprender também com as outras religiões, permitindo determinada autonomia nos níveis nacional, regional e local. Uma Igreja que precisamente desse modo seja respeitada pelas pessoas - cristãs ou não cristãs.

Finaliza a obra (excepcional em minha opinião) repetindo a pergunta do título e manifestando o desejo ardente de alguém que verdadeiramente ama a Igreja: "A Igreja tem salvação? Minha esperança é não deixar de acreditar que ela há de sobreviver."

KÜNG, Hans. A Igreja tem salvação?. Paulus, 2012. São Paulo.

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