sexta-feira, novembro 20, 2009
XIII Semana de Estudos de Religião
sexta-feira, novembro 13, 2009
100 anos de Pentecostalismo no Brasil
Interessados: http://metodista.br/posreligiao/eventos/xiii-semanas-de-estudos-de-religiao-201c100-anos-de-pentecostalismo-no-brasil201d-xiii-semanas-de-estudos-de-religiao-201c100-anos-de-pentecostalismo-no-brasil201d/apresentacao
segunda-feira, novembro 02, 2009
"NOVOS ARRANJOS FAMILIARES"
Acontece de 04 a 06 de novembro na Pontifícia Universidade Católica do Paraná em Curitiba o Congresso do Núcleo de Bioética de Curitiba. Trata-se de um Congresso de cunho acadêmico e científico. O Núcleo de Estudos em Bioética congrega pesquisadores, profissionais, professores, alunos e demais interessados na matéria. As áreas temáticas propostas para o Congresso estão relacionadas abaixo:
- Geneísmo; impacto da genética sobre a vida;
- Pesquisa em embriões humanos;
- Reprodução assistida;
- Modelos de família;
- Aborto;
- Saúde materno-infantil.
Preparei um artigo para este Congresso e devo comunicá-lo de acordo com a programação no dia 05/11. Associei a problemática dos "Novos Arranjos Familiares" com a Ética Religiosa contemporânea. Abaixo o resumo do artigo inscrito no Congresso:
OS NOVOS ARRANJOS FAMILIARES E A ÉTICA RELIGIOSA CONTEMPORÂNEA
Pela ótica Cristã, a raiz de toda a destruição está no distanciamento ou na ausência do amor nas relações interpessoais, com a natureza, com o Outro e com Deus. Partindo do pressuposto de que tudo que não regenera degenera, perder o sentido da caridade (ou do amor) presente na ética religiosa significaria petrificar ou "coisificar" as relações. Quando nos referimos à ética, contudo, precisamos ter em mente o aspecto religioso e o aspecto social. No aspecto social a ética tem um papel preponderante nas relações sociais, trata-se na verdade de um dos elementos basilares na orientação do sujeito para um processo de humanização. Poderíamos mesmo dizer que a ética social é uma exigência humana para se conquistar a sonhada paz, reduzir e até mesmo dirimir a desigualdade, a corrupção e a destruição do ser humano, da natureza e da própria sociedade. A proposta deste artigo é, em primeiro lugar, procurar um entendimento para ética, tanto segundo o parâmetro social quanto segundo o parâmetro religioso contemporâneo. Em seguida a proposta do texto é apresentar, de forma resumida, os "novos arranjos familiares" destes novos tempos e os conflitos frente à ética, uma vez que, tanto sob o ponto de vista da ética social quanto da ética religiosa o assunto é tratado com muita reserva. A ética religiosa, rigorosa e tradicionalista por natureza, estaria em condições de absorver as mudanças ocorridas na "família"? A pretensão deste artigo é tratar do tema de forma específica, sem contudo, esgotar o assunto.
Palavras chave: ética, ética social e ética religiosa, arranjos familiares.
Visite o site do Congresso: http://www.pucpr.br/congressobioetica2009
segunda-feira, outubro 19, 2009
V Seminário Nacional do NUPPER
- O Onze de Setembro: Mídia, Política e os novos movimentos sociais: tratando da repercussão do Islã na mídia pós atentado de 11 de Setembro - Pesquisador: Gamal Oumairi;
- A Presença Feminina nos Movimentos Messiânicos - Pesquisador: Edson Martins;
- Catolicismo da Salvação e a Construção de Subjetividades Femininas: Arquiconfraria das mães Cristãs e Associação e oficinas de Caridade Santa Rita - Pesquisadora: Nadia Maria Guariza;
- Pesquisa sobre o corpo na Bola de Neve Church pelo pesquisador: Eduardo Meinberg.
Parabéns a todos os pesquisadores e especialmente aos Coordenadores do GT3 e aos organizadores do evento.
Visitem o site do NUPPER: http://www.nupper.com.br/
quarta-feira, setembro 30, 2009
A MULHER NA CONGREGAÇÃO CRISTÃ
Palavras Chave: Pentecostalismo, Costumes, Dominação Masculina
[1] A palavra ministério no meio protestante tem um significado que se aproxima muito de serviço.
[2] Protestantismo histórico é a forma como são chamadas as denominações tradicionais, herdeiras da Reforma Protestante do século XVI. Dentre estas denominações estão as Presbiterianas, Batistas, Metodistas, Congregacional etc.
[3] A ordenação é a formação e reconhecimento oficial do sacerdote, seja padre, pastor ou outra função de pregação.
[4] WEBER, Max. Economia e Sociedade. Brasilia: Editora UNB, 2004, para Weber a gerontocracia é a situação em que, havendo alguma dominação dentro da associação, esta é exercida pelos mais velhos (originalmente, no sentido literal da palavra: pela idade.
domingo, setembro 27, 2009
LUGAR PARA AS MULHERES
Veja o estudo completo no link: http://www.barna.org/barna-update
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quarta-feira, setembro 23, 2009
QUAL O LUGAR DA MULHER?
De forma abrangente, são duas as correntes básicas que norteiam essa discussão: os igualitaristas e os diferencialistas. Os primeiros afirmam que Deus originalmente criou o homem e a mulher iguais; a subordinação feminina foi parte do castigo divino por causa da queda, com conseqüentes reflexos sócio-culturais. Essa corrente considera que em Cristo, essa punição (e seus reflexos) é removida tendo as mulheres, direitos absolutamente iguais aos dos homens para ocupar qualquer cargo na Igreja.
Os diferencialistas, por sua vez, entendem que desde a criação — e, portanto, antes da queda — Deus estabeleceu papéis distintos para o homem e para a mulher, visto que ambos são peculiarmente diferentes. Ou seja, o homem e a mulher, com suas características e funções distintas, são complementares.
Para essa corrente, no entanto, as diferenças de funções não implica em diferença de valor ou em inferioridade de um em relação ao outro, bem como, as conseqüentes diferenças sócio-culturais nem sempre refletem a visão bíblica da funcionalidade distinta de cada um.
Resumindo: os diferencialistas defendem que a diferença de papéis e igualdade ontológica (do ser) são duas verdades perfeitamente compatíveis e bíblicas, enquanto que os igualitaristas afirmam que diferença de papéis implica inevitavelmente em julgamento de valor.
sábado, setembro 05, 2009
CCB NO SÉCULO XXI: UMA DENOMINAÇÃO PENTECOSTAL INVISÍVEL
O ano de 1910 é marcado como o ano da chegada do movimento pentecostal no Brasil. Este movimento, ao contrário do que costumeiramente se registra, não surgiu de uma hora para outra e em um lugar específico, foi sim o resultado de um longo processo de mutação do campo religioso norte-americano (Campos, 2005: 112 e 113)[1]. A primeira denominação pentecostal brasileira, resultado deste movimento norte-americano foi a Igreja Congregação Cristã no Brasil. Iniciada pelo italiano Louis Francescon que, partindo da cidade de Chicago, do meio de imigrantes italianos e recém fulminado pelo movimento, desembarcou no Brasil com o objetivo de trazer a “boa nova” para os italianos residentes no país. A primeira incursão do movimento se deu no interior do estado do Paraná e sua organização como igreja, se deu no bairro do Brás em São Paulo, no meio de uma legião de imigrantes italianos.
Esse artigo apresenta aspectos relevantes da Igreja Congregação Cristã no Brasil como denominação pentecostal. Sua trajetória durante o século XX e a entrada no século XXI. A manutenção dos costumes, hábitos, regras etc. durante todo o decorrer do século XX nos remete a conclusões sem precedentes no campo religioso brasileiro. A Congregação Cristã não mostra sua cara, não se apresenta fora das paredes de seus templos, abomina qualquer forma de exposição na mídia, quer seja televisiva, radiofônica ou internet. Sua música é tradicionalíssima, orquestrada e deve ser apresentada exclusivamente nas celebrações. Assim, a Congregação Cristã no Brasil se apresenta neste início de século XXI como uma denominação praticamente invisível a observadores menos atentos. Por sua vez, no meio acadêmico, são raros os trabalhos que tratam a Congregação Cristã com a profundidade que ela merece[2], afinal ela é a precursora de um movimento que completa 100 anos no próximo ano de 1910 (Campos, 2005: 113).
1. A Origem Pentecostal no Brasil
No dia 15 de setembro de 1907 o movimento pentecostal começou entre os italianos em Chicago (EUA). As celebrações eram realizadas na língua italiana e esse movimento (pentecostalismo) foi o estopim de movimentos missionários sem precedentes, tanto para o interior dos Estados Unidos da América quanto para outros países do mundo (Campos 2005: 113). Um desses alvos missionários seria então os italianos residentes na América Latina, onde Louis Francescon, em companhia de Lúcia Menna e Giácomo Lombardi, desembarcou, inicialmente na Argentina (Buenos Aires) e, posteriormente no Brasil (São Paulo). A partir desse ponto, começa a história conhecida da Igreja Congregação Cristã no Brasil, Louis Francescon fica conhecendo um italiano, residente no interior do estado do Paraná[3] chamado Vicenzo Pievani, a quem expõe sua fé, ali mesmo na Estação da Luz em São Paulo. Em poucos dias, no entanto, Vicenzo retorna para seu povoado.
Sempre atribuindo seus movimentos ao Espírito Santo, Francescon é movido a viajar a Santo Antônio da Platina, um Patrimônio[4] distante aproximadamente 600 quilômetros de São Paulo. Sem ter qualquer endereço, sem falar uma palavra de português, sem dinheiro e sofrendo dores, provavelmente uma crise de rins, embarcou em um trem da, então, estrada de ferro Sorocabana que partia às 5:30 horas, chegando à estação de Salto Grande às 23:00 horas. Dessa estação, ainda distante aproximadamente 60 quilômetros do povoado de Santo Antonio da Platina, seriam percorridos no lombo de um cavalo, guiado por um indígena da região. De acordo com a narrativa do próprio Francescon:
“Parti de São Paulo às 5:30 horas com uma terrível dor lombar que me impediu tomar alimento durante todo aquele dia. Cheguei a Salto Grande às 23 horas e nesse lugar o Senhor me disse ter preparado tudo para mim, a fim de cumprir minha missão; e assim aconteceu, porém, faltavam fazer cerca de 70 quilômetros a cavalo, atravessando matas virgens infestadas de jaguaras e outras feras existentes no lugar. Pela Graça de Deus, fiz este resto de viagem com um guia indígena, chegando a Santo Antônio da Platina em 20 de abril”.[5]
Após narrar o trajeto cercado de sofrimento, Francescon descreve sua entrada pela rua principal do povoado de Santo Antônio da Platina, no dia 20 de abril de 1910. Andando sem direção definida, ao passar em frente a uma casa[6], é chamado por uma mulher que se encontrava na janela, é recebido por ela que se identifica como a esposa de Vicenzo Pievani. A semente do pentecostalismo havia começado a germinar. Vicenzo que já ouvira sem rejeição a pregação do Evangelho em São Paulo, por ocasião do primeiro encontro, agora, com a esposa brasileira, abria as portas de sua casa para reunir e iniciar, o que testemunhas do local chamam de “a primeira irmandade” da Igreja Congregação Cristã no Brasil.
Felício Mascaro[7], outro italiano também com esposa brasileira e mais algumas famílias do local, completaram 11 pessoas que ouviram atentamente, durante aproximadamente 45 dias[8], os ensinamentos daquele italiano, uma pessoa de hábitos extremamente simples e com enorme autoridade e conhecimento na mensagem que pregava. Ele os conquistou de tal forma que: “Foram batizados na água 11 pessoas e confirmados com sinais do Altíssimo. Estas foram as primícias da grande obra de Deus naquele país”.[9]
2. Retornando para São Paulo
De volta a São Paulo, o que se deu (provavelmente) no dia 21 de junho de 1910, um dia após sua partida de Santo Antônio da Platina, desembarcou exatamente na estação de onde partiu no dia 18 de abril. A partir dos episódios vividos no interior do Paraná, nos parece que Francescon recebeu uma verdadeira injeção de ânimo. É assim que ele narra esses acontecimentos:
“Parti de Santo Antonio da Platina em 20 de junho, com destino a São Paulo. Apenas chegando àquela Capital, o Senhor permitiu abrir uma porta, resultando que cerca de 20 almas aceitaram a fé e quase todas provaram a Divina virtude. Uma parte eram Presbiterianos e alguns Batistas e Metodistas e alguns também Católicos Romanos. Alguns foram curados e outros selados com o Bendito Dom do Espírito Santo”.[10]
Essa porta que “o Senhor permitiu abrir”, oficialmente representa o início da Congregação Cristã no meio de um bairro formado basicamente por imigrantes italianos em São Paulo. Yuasa, ao escrever sobre esse início, faz a seguinte descrição:
“Returning to São Paulo he went to the Presbyterian Church on the Alfândega Street, in the section of the city called Braz, where some of its members were Italian. Francescon says that some were Methodists, some were Roman Catholics and some were Presbyterians. Out of a Congregation of 70 people, 20 were converted and left that church”[11] (Yuasa 2001: 190).
O depoimento a Yuasa foi feito por João Finotti[12] no ano de 1960. Na ocasião, o mais antigo dos Anciãos ainda em vida: “João Finotti was a living link, and witness of Louis Francescon’s first visit to Brazil in 1910” (Yuasa, 2001 pg.191)[13].
A partir deste contingente de 20 “novos convertidos” da Igreja Presbiteriana da Rua da Alfândega, iniciou-se em São Paulo a Congregação Cristã no Brasil sob a liderança de Louis Francescon. Ele permaneceu em São Paulo, nutrindo e ensinando este grupo até o mês de setembro de 1910, quando partiu para o Panamá. O fruto de seu trabalho no meio dos italianos de São Paulo prosperou. Segundo depoimentos de João Finotti, um ano depois já somavam três Anciãos e o trabalho começou a expandir, primeiro em Água Branca e depois na Vila Prudente. No ano de 1914, um novo grupo foi formado em São João da Boa Vista e, no ano de 1916, a primeira propriedade foi comprada na Rua Uruguaiana no bairro do Braz. A partir desses acontecimentos a Congregação não parou mais de se expandir, primeiro para o Rio de Janeiro, depois para Minas Gerais e para a Bahia.
A questão de autoridade espiritual ou liderança natural exercida por Louis Francescon foi notável. Sua humildade, de outro lado, foi um traço dos mais surpreendentes: “Nunca busquei o que é meu, porém só esforcei-me em achar-me aprovado do Senhor como Seu servo, e nada mais” (Francescon apud Yuasa, 2001: 204).
3. Congregação Cristã no decorrer do Século XX
Excelentes trabalhos acadêmicos sobre a Congregação Cristã surgiram durante o decorrer do século XX, dentre eles podemos citar o estudo de, Émile G. Léonard intitulado O Iluminismo num protestantismo de constituição recente, ainda nos anos 1950, onde as primeiras luzes acadêmicas são lançadas sobre a denominação. Outras tentativas de desvendar as práticas religiosas deste grupo foram realizadas nos anos posteriores, algumas com grande sucesso, como por exemplo a excelente tese de Doutoramento do Pastor Key Yuasa na Universidade de Genebra em 2001. O trabalho com o título, Louis Francescon: A Theological Biography 1866 – 1964, resgata a trajetória da principal personagem desta denominação até sua morte em 1964. Infelizmente o meio acadêmico ainda não contou com a publicação deste trabalho que se encontra em fase de tradução. Apesar disto, no entanto, estamos convencidos de que este grupo religioso ainda se apresenta como um dos mais férteis para serem estudados.
Todos os levantamentos realizados, seja através de pesquisas ou através de entrevistas e observações, nos dão conta de que a denominação conserva até os dias atuais as mesmas práticas instituídas em seu início. A respeito disso, pesquisadores com trabalhos mais recentes, já com o advento das Ciências da Religião, comentam:
“A Congregação Cristã é conhecida, no meio protestante, por conservar as mesmas características e as mesmas linhas doutrinárias (consideradas rígidas) estabelecidas na sua organização, no ano de 1910, e preservadas até os dias atuais. É difícil conceber que, em pleno século XXI, uma denominação religiosa preserve em suas celebrações a separação de homens de um lado do templo e mulheres de outro, onde o poder (liderança) é exercido exclusivamente por leigos do sexo masculino e onde os costumes e as doutrinas são transmitidos, fundamentalmente, pela tradição oral” (Bianco, 2007: 10).
Foerster, ao escrever sobre o poder e a política na Congregação Cristã no Brasil, reconhece:
“Ao contrário de outros grupos religiosos – e incluem-se aqui a Igreja Católica e as igrejas do protestantismo histórico –, a Congregação Cristã no Brasil (CCB) parece ter sofrido poucas mudanças diante do avanço da concorrência e do pluralismo religiosos. Como nos seus tempos primordiais, a CCB continua apostando na eficácia do culto e da propagação pelas redes sociais pessoais como únicos meios de dar continuidade à sua tradição religiosa. Enquanto quase todos os outros grupos estão se gospelizando em termos musicais, a CCB não modificou seu hinário nos últimos quarenta anos” (Foerster 2006: 121-138).
Assim, apesar de todas as evoluções e avanços ocorridos no século XX em todos os setores e, apesar de no meio religioso, a explosão das “igrejas midiáticas” ter alcançado índices nunca vistos, a Congregação Cristã não mudou. Não alterou suas práticas e muito menos sua “estratégia”, não acompanhou a “concorrência”. Não se deixou levar pela “onda do mundo” jargão costumeiro entre seus membros para definir o comportamento conservador frente aos avanços da humanidade e, principalmente da tecnologia. Outra análise importante que podemos atrelar à questão de avanços, acompanhamento da “concorrência”, “midiatização” etc. é no que diz respeito à música. A “gospelização” não atingiu a Congregação, aliás, é muito comum, pessoas que não estão ligadas com qualquer tipo de religião ou mesmo acostumadas com qualquer tipo de celebração, elogiar este momento no culto da Congregação Cristã. Seus músicos são competentes, muito bem formados, orgulho da “irmandade”. Seus instrumentos são dedicados exclusivamente ao “Senhor”, estão impedidos de exercer o talento da música em outras instâncias.
“Para integrar uma orquestra, o músico deve apresentar uma carta de recomendação do Ancião de sua Congregação, devendo seu instrumento também ser consagrado a Deus, e, em hipótese alguma, tocar outro tipo de música. Sem dúvida, o ministério da música na Congregação Cristã representa, não só um atrativo importante para a igreja e suas celebrações, como também representa um enorme mecanismo de integração e de socialização de seus membros”. (Bianco, 2007: 111).
Também é importante observar que, no que diz respeito aos movimentos ocorridos no decorrer do século XX, a Congregação passou incólume. O movimento de libertação feminina, por exemplo, é um dos que não podemos deixar de citar. Reconhecido como um dos movimentos mais revolucionários e que mais marcou modos e costumes no século, na Congregação Cristã parece não ter passado de um acontecimento a mais, sem significado. Vemos isso transcrito na observação de uma celebração:
“A separação rigorosa e declarada entre os sexos. As mulheres, todas com suas cabeças cobertas por véus brancas, sentadas de um lado do templo, enquanto os homens sentados de outro lado. Aqui se vê o cumprimento de instruções contidas nos resumos de convenções de 1936 e 1948 com relação ao uso do véu: “Sempre que a mulher orar ou profetizar deve estar com a cabeça coberta; é necessário estar atenta para em nenhum caso ofender a Palavra de Deus. Esta não se contradiz; a sabedoria do Senhor não nos deixou um estatuto imperfeito”. (Resumo da Convenção de 1948: 24).
No que diz respeito à liderança a Congregação também não mudou. Não forma pastores, não possui seminários, escolas ou cursos. Aos mais velhos, sobre os quais Deus revelou, cabe a liderança e são então designados Anciãos, a eles cabe a condução da Congregação, assessorados por Diáconos e Cooperadores.
Por todos os aspectos ressaltados acima e por inúmeros outros observados em suas celebrações, levam a concluir que a Congregação Cristã não mudou substancialmente durante todo o decorrer do século XX. Não apenas com respeito aos costumes, mas também com respeito à forma de cultuar, de apresentar-se ou de “competir” no “mercado religioso”, esse conservadorismo a tornou uma denominação que, apesar do número gigantesco de seguidores, passa praticamente despercebida diante dos olhos de observadores desatentos aos fenômenos religiosos.
4. Religião, Mídia e Mercado
O fenômeno do acelerado crescimento da religiosidade contemporânea que assistimos nos últimos tempos, notadamente nas últimas décadas do século XX, ao contrário do que se esperava, não foi acompanhado ou ancorado no poder dos conteúdos teológicos ou mesmo espirituais que vinham sendo pregados. Estes conteúdos incentivavam fiéis ao aprendizado, à solidificação de princípios doutrinários, à morte em todas as suas nuanças e, principalmente, enfatizava a vida por vir, ou seja, a vida eterna. O que observamos hoje com este crescimento acelerado da religiosidade e o advento da pós-modernidade é que os conteúdos foram adaptados por muitas denominações a uma lógica mercantil que se distanciou do sagrado, associando salvação e consumo.
“Desde que a religião perdeu para o conhecimento laico-científico a prerrogativa de explicar e justificar a vida nos seus mais variados aspectos, ela passou a interessar apenas em razão do seu proveito individual. Como a sociedade e a nação não precisam dela para nada essencial ao seu funcionamento, e a ela recorrem apenas festivamente, a religião foi passando pouco a pouco para o território do indivíduo. E desta para a do consumo, onde se vê agora obrigada a seguir as regras do mercado” (Pierucci & Pandi, 1996: 260).
O pluralismo religioso e a variedade dos concorrentes no mercado criam um ambiente propício, e ao mesmo tempo, necessário para o aparecimento das técnicas de marketing, visando conquistar e manter os fiéis, ampliando a diversificação de produtos e serviços religiosos com o firme propósito de atender a demanda do mercado religioso. Estudiosos começam a comparar esta nova forma de relacionamento, com o procedimento dos consumidores em um verdadeiro supermercado. Neste “supermercado da fé” as pessoas podem avaliar as qualidades, as vantagens e os benefícios de cada denominação, em seguida adquirir uma ou mais de uma, das que estão disponíveis nesta “prateleira de ofertas”. “O consumidor religioso escolhe uma e até mais de uma experiência mística, ou solução espiritual, ou serviço religioso dentre uma grande variedade de propostas provocantemente expostas no ‘supermercado espiritual’” (Pierucci, 1997: 112).
O que podemos inferir neste novo cenário é que as religiões perderam força como instituição e passaram a ter que responder às necessidades e aos desejos imediatos das pessoas, exatamente como na economia de mercado. Berger (1985) referiu-se a isso da seguinte maneira:
“A situação pluralista é, acima de tudo, uma situação de mercado. Nela, as instituições religiosas tornam-se agências de mercado e as tradições religiosas tornam-se bens de consumo. E, de qualquer forma, grande parte da atividade religiosa nessa situação vem a ser dominada pela lógica da economia de mercado” (Berger, 1985: 149).
De modo geral as formas religiosas destes novos tempos passaram a adotar ferramentas de marketing, de propaganda e de promoção de eventos, até então identificada apenas no mercado de bens de consumo convencionais. Apresentar através da mídia (rádio, televisão e grandes eventos), seu leque de ofertas passou a ser uma questão de sobrevivência para essas instituições. Seus discursos são dirigidos não mais para aspectos doutrinários, conteúdos densos ou à vida eterna. Nesta nova realidade de mercado (capitalista) tempo é dinheiro, as ofertas precisam ser objetivas, as soluções rápidas. Seus discursos se direcionam a aspectos que afligem as pessoas: problemas familiares (brigas entre pais e filhos, casamento em crise, adultério, solidão etc.), de saúde (depressão, drogas etc.) e sobrevivência material (dinheiro, emprego etc.) (Mariz, 2001: 39).
Foi a partir da década de 1940 que surgiu no Brasil os primeiros programas evangélicos no rádio, a denominação pioneira foi a Igreja Adventista do Sétimo Dia, a primeira a alcançar o rádio a nível nacional. Algumas igrejas pentecostais iniciaram, na mesma década e também pelo rádio, sua inserção na mídia, dentre elas a Assembléia de Deus, a Igreja do Evangelho Quadrangular, O Brasil para Cristo e a Igreja Deus é Amor. No início os programas eram baseados nos modelos norte-americanos e anos mais tarde passaram a ser idealizados e desenvolvidos por brasileiros.
Em fins da década de 1950 o missionário canadense Robert McAlister iniciou um programa de rádio no Rio de Janeiro denominado A Voz da Nova Vida, posteriormente, em 1960, o nome do programa daria origem à Igreja de Nova Vida. McAlister, já no comando da Igreja de Nova Vida, seria o primeiro pentecostal a ingressar também na televisão. Os programas evangélicos televisivos, contudo, teriam sido iniciados também na mesma década de 1950 e os precursores foram novamente os Adventistas do Sétimo Dia, primeiro em São Paulo e mais tarde no Rio de Janeiro.
Os anos 1970 foram marcados pela invasão dos tele-evangelistas norte-americanos. Independente de denominações, inúmeros programas disputaram espaços na televisão brasileira. Esses evangelistas se apoiavam em seus carismas pessoais[14] e o conteúdo era de tendência teológica e ideológica das mais variadas. Programas como Alguém Ama Você do tele-evangelista Rex Hambard, Clube 700 de Pat Robertson e os programas do Pastor Jimmy Swaggart, alcançavam todo o território nacional. A repercussão entre os brasileiros, no entanto, não chegou nem perto daquela alcançada pela Igreja Eletrônica[15] americana no mesmo período. Alguns estudiosos atribuem o sucesso comedido deste empreendimento entre nós, ao fato de a produção destes programas serem baseadas na cultura americana, com perspectiva de vida completamente diferente da realidade dos brasileiros. Esses programas duraram até meados da década de 1980, quando a produção de televisão nacional cresceu, melhorou em qualidade e se tornou independente da produção americana.
Até o ano de 1989, várias denominações nacionais ainda detinham concessões de rádio quando, surpreendentemente, a Igreja Universal do Reino de Deus adquiriu a Rede Record de Televisão tornando-se a primeira denominação evangélica a ser proprietária de uma rede de televisão com cobertura nacional. Assim, seguindo a mesma trilha, no decorrer dos anos 1990, outros pregadores pentecostais se tornaram donos de seus próprios negócios. Em 2005 a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) já contabilizava em seu patrimônio dezenas de emissoras de rádio e de televisão, gravadoras de CD, sem contar a sua participação na produção de mídia escrita e na rede mundial de computadores (WEB)[16].
Alguns fatores contribuíram para o estreitamento da relação entre evangélicos e mídia nos últimos quarenta anos. Em primeiro lugar e, talvez o mais importante dos fatores, é que em vinte anos a televisão se tornou o maior veículo de comunicação de massa do país; em segundo lugar, na década de 1970 os programas importados foram substituídos por programas nacionais em horário nobre; em terceiro lugar, a televisão brasileira já nasceu aberta ao mercado; em quarto lugar, o aumento significativo do número de evangélicos na população brasileira justificou uma mídia especializada e voltada para este grupo; e, finalmente, o fim do regime militar teria gerado entre nós, uma abertura cultural-religiosa até então inexistente, o que abriu espaço para a entrada dos evangélicos.
É importante ressaltar, contudo, como afirma o sociólogo Paul Freston, que o rádio domina a mídia evangélica ainda hoje e a justificativa para esse domínio radiofônico é evidente e de fácil compreensão, em primeiro lugar o custo do rádio é bastante acessível quando comparado com o custo da televisão, em segundo lugar a produção técnica de um programa de rádio é muito mais simples e, por último, a disponibilidade de horários no meio radiofônico é muito maior que na televisão.
5. Visibilidade
Sem dúvida nenhuma, ainda é através do rádio que os evangélicos se inserem na comunicação de massa do Brasil, mas com certeza, a televisão é que dá maior visibilidade a qualquer produto, oferta e a qualquer grupo religioso nesta nova realidade. Inúmeros e excelentes pregadores (católicos e protestantes) constituíram e constituem o cenário religioso brasileiro durante os últimos cem anos, contudo, os que alcançaram notoriedade, fama e visibilidade foram aqueles que partiram para a mídia de massa e principalmente a televisão:
“Hoje, o programa “Show da Fé”, apresentado diariamente em horário nobre pela Rede Bandeirantes de Televisão, projetou no cenário midiático a força do segmento religioso evangélico, que, conforme analisa A. Klein (2004), cresce a cada dia. Este crescimento espantoso representa, atualmente, cerca de 10% da programação televisiva brasileira, o que trouxe visibilidade à denominação responsável pela produção do programa, a Igreja Internacional da Graça, e também ao seu pastor-líder que se autointitula Missionário R.R. Soares, abreviação de Romildo Ribeiro Soares[17].
Semelhante modo, denominações históricas como a Igreja Presbiteriana do Brasil, Igreja Presbiteriana Independente, Igreja Congregacional, Igreja Batista, Igreja Metodista, Igreja O Brasil para Cristo, Igreja Deus é Amor, Igreja Assembléia de Deus, Igreja Congregação Cristã no Brasil etc., permaneceram e muitas ainda permanecem invisíveis do grande público. Não se consegue identificar lideranças carismáticas que chamem a atenção, a exceção daquelas que, nos últimos anos tomaram a decisão de fazer parte da grande concorrência e se lançaram na mídia, como é o caso da Assembléia de Deus e da Igreja Batista[18]. Há que se ressaltar, contudo, que na sua maioria trata-se de investidas de lideranças específicas que, apesar de estarem ligadas a uma denominação não fazem divulgação delas, seus programas limitam-se a promover e a divulgar a si próprios, seus livros, seus CD’s, DVD’s etc. Os programas são exibidos em horários comerciais e com produção próprios, alguns são auto-sustentáveis e outros são suportados por contribuições dos próprios telespectadores.
Igrejas históricas como Congregacional e Presbiteriana com mais de 150 anos de organização no país ou mesmo as Pentecostais tradicionais como Assembléia de Deus e Congregação Cristã no Brasil que se aproximam do centenário, permanecem despercebidas da grande massa, algumas completamente invisíveis. Coincidentemente ou não, a participação dessas igrejas no mercado midiático é praticamente inexistente. Não estiveram absolutamente interessadas em lutar por conquistar espaço neste concorrido mercado. Se considerarmos que Peter Berger está certo quando diz que a religião passa por uma crise de estruturas de plausibilidade, ou seja, com o fim da metafísica, da escatologia a religião não consegue mais explicar a realidade. O pluralismo torna-se uma situação objetiva onde todas as instituições podem explicar e fundamentar a realidade, a adesão a uma religião passa então a ser voluntária, depende da escolha do indivíduo. Portanto, para conseguir a adesão de fiéis-clientes, a religião tem agora que usar da lógica da economia de mercado, as tradições religiosas têm que disputar espaço e clientes com seus rivais socialmente poderosos e legalmente tolerados (Berges, 1985: 149).
Ao contrário das igrejas eletrônicas, midiáticas, essas igrejas apesar de centenárias, não param de perder fiéis. O crescimento passou a ser vegetativo, tirando o sono de suas lideranças preocupadas com o futuro. É verdade que a Assembléia de Deus e a Congregação Cristã no Brasil, ainda ostentam o primeiro e segundo lugar em número de fiéis (Censo 2000) no protestantismo brasileiro, contudo, igrejas (midiáticas) como a Universal do Reino de Deus, Internacional da Graça e mais recentemente Igreja Internacional do Poder de Deus, com bem menos tempo de organização e sem fundamentação teológica profunda, crescem de forma assustadora e, em termos de visibilidade, ocupam a mente dos consumidores.
Se, algumas das denominações citadas, estão cedendo e buscando alternativas para não cair no ostracismo, a Congregação Cristã no Brasil, objeto de nossa análise neste artigo, se recusa a tomar qualquer direção neste quesito e parece seguir na contramão. Fortemente fundamentada na tradição oral e na estrutura social “gerontocrata” é legitimada pela tradição, seus membros não obedecem nem ao carisma de um líder, nem a uma estrutura burocrática, mas à tradição e à ordem, da qual o ancião é apenas o guardião e representante. Isso legitima a autoridade do ancião, uma vez que não existe tradição por escrito, mas somente tradição oral onde os contadores de história, se tornam membros cruciais da comunidade de tipo tribal. A estratégia de propagar-se por redes sociais já existentes garante homogeneidade ao grupo e por outro lado, constantes visitas entre seus membros e reuniões nas casas criam profunda interdependência pessoal, controlando seus comportamentos. Só a convivência e o contato prolongado com a instituição permitem adentrar sua estrutura e conhecer com profundidade suas minúcias.
Conclusão
Por opção ou por insegurança em expor sua doutrina, por estratégia de sua liderança ou por um “fundamentalismo” internamente elaborado, a Congregação Cristã no Brasil manteve-se durante todo o século XX quase que totalmente fora das discussões sobre religiosidade no Brasil. Em detrimento disso, conquistou a marca de se constituir como a segunda maior denominação pentecostal do país. O grupo manteve os mesmos padrões doutrinários do início, seus costumes mudaram muito pouco desde seu estabelecimento, apesar de o século XX ter se constituído como o século da mudança de comportamento em todas as instâncias. “Como nos seus tempos primordiais, a CCB continua apostando na eficácia do culto e da propagação pelas redes sociais pessoais como únicos meios de dar continuidade à sua tradição religiosa” (Foerster, 2006: 122).
As últimas décadas do século XX foi marcada pelo domínio do neo-pentecostalismo[19] extremamente midiático e ancorado por um consumo religioso exacerbado, fundamentado pela “teologia da prosperidade”, também de origem norte-americana e que tem se adaptado de forma natural ao espírito do brasileiro. Por sua vez, as demais denominações pertencentes ao pentecostalismo brasileiro[20], também estão procurando, mesmo que de forma tímida, seu espaço neste mercado extremamente competitivo. A CCB, contudo, mesmo com toda essa “pressão mercadológica”, não tem alterado sua postura conservadora. Ao contrário, continua sem qualquer exposição e invisível aos olhos dos menos observadores. A evangelização através do testemunho nas redes sociais pessoais têm se constituído como única forma de marketing da CCB. Tal qual nos dias primordiais, ela continua sem reunir multidões nas praças para convertê-las, não faz uso de panfletos ou qualquer outro material de propaganda escrito e muito menos dos meios eletrônicos e meios de comunicação (rádio, TV, internet).
É importante lembrar que até a Igreja pentecostal Deus é Amor, talvez o sistema religioso pentecostal mais rigoroso ao lado da CCB, em termos de exigências comportamentais, já tem seu site na internet, além de inúmeros programas na rádio. A CCB, porém, dá a impressão de uma tradição imutável e nos faz questionar sobre as possibilidades e as chances de sobrevivência de um grupo que se pretende imutável, insistindo em uma cadeia de memória oral no meio de uma sociedade que já não é mais uma sociedade de memória. O professor Leonildo, ao escrever sobre este assunto, alerta para as reações já observadas em seu seio:
“Porém, há uma igreja pentecostal ainda hoje resistente a qualquer tipo de comunicação que não seja do tipo pessoa-a-pessoa: a Congregação Cristã no Brasil. Essa igreja, a segunda denominação pentecostal brasileira, jamais publicou livros, revistas, jornais ou divulgou suas práticas e princípios religiosos em espaço público fora de seus templos e muito menos na mídia. Tem se observado, no entanto, o surgimento, dentro dela ou a partir dela, de dissidentes quanto aos métodos tradicionalmente usados pela direção da CCB para a própria expansão. Há, inclusive, sites na Internet para divulgar endereço de templos, fotografias, letras e música de hinos, arquivos que mediante pagamento de taxas podem ser baixados”[21].
Apesar das questões aqui levantadas sobre a CCB e de sua “invisibilidade” sugerida neste artigo, resta-nos manter os olhos e ouvidos de pesquisadores atentos para confrontarmos a realidade desta denominação e constatarmos se Mendonça avaliou corretamente ao sugerir que a CCB irá ocupar provavelmente no futuro, um nicho bastante relevante no campo religioso brasileiro, formado possivelmente, por aqueles “crentes iludidos” que acabaram por concluir que as religiões históricas se tornaram estéreis demais, que os demais grupos pentecostais optaram por ser barulhentos demais e agora procuram um retorno a um ponto intermediário.
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Documentos:
Congregação Cristã no Brasil. Resumo da Convenção realizada em fevereiro de 1936, Reuniões e ensinamentos realizadas em março de 1948, Pontos de doutrina e da fé que uma vez foi dada aos santos - Histórico da Obra de Deus revelada pelo Espírito Santo no Século Passado. Ind. Gráfica e Editora Augusto Ltda, São Paulo Março/2002.
Livro nº 4 - Hinos de Louvores e Súplicas a Deus. Editora e Distribuidora: Congregação Cristã no Brasil, São Paulo Março/1965.
[1] De acordo com o Campos: “(...) o pentecostalismo, como mentalidade ou movimento, não começou em Topeka ou em Los Angeles, mas antecedeu em muito a esses eventos, até mesmo ao surgimento dos Estados Unidos como nação. Em outras palavras, há um pentecostalismo pré-pentecostal, que nem sempre é levado em consideração por pesquisadores do pentecostalismo. Isso equivale a afirmar ser essa expressão religiosa resultante de um longo processo de mutação do campo religioso norte-americano”.
[2] O Prof. Leonildo, no artigo: As origens norte-americanas do pentecostalismo brasileiro: observações sobre uma relação ainda pouco avaliada, nos diz o seguinte, numa de suas notas de rodapé: “A Congregação Cristã no Brasil somente em 2001 foi objeto de uma profunda, bem fundamentada e contribuidora tese de doutoramento, defendida na Universidade de Genebra, por Key Yuasa, como fruto de três décadas de pesquisa no Brasil, Estados Unidos e Itália. Resta torcermos pela publicação em português, o mais rápido possível, dessa tese cuja versão em inglês faz parte do Banco de Teses da Universidade de São Paulo”.
[3] Santo Antônio da Platina localiza-se no, hoje, denominado Norte Pioneiro do estado do Paraná, muito próximo à divisa com o Estado de São Paulo.
[4] Nesta época, Santo Antônio da Platina ainda era um Patrimônio, somente sendo promovido à categoria de cidade no ano de 1914.
[5] Autobiografia de Louis Francescon, pequeno livreto denominado: Histórico da Obra de Deus revelada pelo Espírito Santo no Século Passado.
[6] De acordo com o Professor Israel Pereira de Castro, pesquisador da história da região e Professor emérito da Faculdade de Direito de Jacarezinho, era o único caminho que ele poderia percorrer vindo da direção que veio, a casa era o hotel (único do povoado) que pertencia a Vicenzo Pievani e as mulheres na janela era um costume muito comum na época e por muito tempo nas cidades do interior. (Professor Israel Pereira de Castro em depoimento ao autor em 2007, na cidade de Santo Antonio da Platina).
[7] Felício Mascaro aparece em uma foto histórica ao lado da primeira “construção” em madeira, templo da CCB em Santo Antônio da Platina.
[8] Segundo depoimento de João Alves Barreto, genro de Felício Mascaro, morador de Santo Antônio da Platina, a cerimônia de batismo somente ocorreu no dia 05 de junho de 1910, num córrego que cortava o povoado, hoje, denominado Ribeirão do Boi Pintado. Considerando que, pelo depoimento de Francescon, sua chegada ao povoado se deu no dia 20 de abril de 1910, passaram-se 45 dias até a referida cerimônia. (Depoimento ao autor)
[9] Autobiografia de Louis Francescon, pequeno livreto denominado: Histórico da Obra de Deus revelada pelo Espírito Santo no Século Passado.
[10] Ibid pg. 46.
[11] “Retornando a São Paulo ele foi a uma Igreja Presbiteriana na Rua da Alfândega, numa seção da cidade denominada Braz, onde alguns membros eram Italianos. Francescon disse que alguns eram Metodistas, alguns eram Católicos Romanos e alguns eram Presbiterianos. De uma Congregação de 70 pessoas, 20 foram convertidos e deixaram a igreja”. (Tradução livre).
[12] João Finotti, em 1910, então, com 16 anos, era membro da igreja Presbiteriana na Rua da Alfândega, no Braz, quando Louis Francescon os visitou. A partir de testemunhos e pregações, Francescon “conquistou” 20 dos 70 membros da igreja, dentre os 20 estavam João Finotti (que, segundo seu próprio testemunho, apesar de freqüentar a igreja não havia ainda abandonado os hábitos do mundo) e sua mãe. Agora, por ocasião desse depoimento, o Ancião João Finotti era considerado o Presiding Ancião, esse papel cabe ao mais antigo dos Anciãos, que exerce a função de moderador entre eles.
[13] “João Finotti era uma ligação e testemunha viva da primeira visita de Louis Francescon ao Brasil em 1910” (Tradução livre).
[14] Segundo Campos: “(...) os sucessos do líder estariam associados à sua capacidade de arregimentar seguidores, mas, ele os reúne somente à medida que consegue demonstrar o seu carisma. Em nossa sociedade atual isso não pode ser feito sem uma presença constante na Mídia”.
[15] H. ASSMANN, A Igreja Eletrônica..., 1986.
[16] Prof. Leonildo em: Os novos Pentecostais Brasileiros na Mídia – visibilidade, desafios e escândalos – tema da 6ª Conferência Mídia, Religião e Cultura, realizada de 11 a 14 de agosto de 2008 em: http://www.metodista.br/cmrc_noticias/programacao/pentecostais-brasileiros - visitado em 26/06/2009.
[17] Artigo: O show da fé: um retrato da religiosidade virtual enquanto entretenimento, de autoria de Heinrich A. Fonteles, apresentado no III Simpósio Internacional sobre Religiosidades, Diálogos Culturais e Hibridações em Campo Grande – MS – Abril 2009.
[18] Igreja Assembléia de Deus com o Pastor Silas Malafaia e Igreja Batista da Lagoinha com a família Valadão.
[19] Neo-pentecostalismo: Este movimento começou no início da década de setenta. Seu crescimento deve-se muito aos programas de rádio e televisão, nos quais, devido ao anúncio de curas e milagres, tiveram uma grande audiência. Seus ouvintes e telespectadores geralmente são recrutados para dentro de suas igrejas. O sistema de testemunho é forte, e isso certamente encoraja outros a tomar o mesmo caminho. Entre as maiores igrejas neo-pentecostais brasileiras estão a Igreja Universal do Reino de Deus e a Igreja Internacional da Graça.
[20] Pentecostalismo: O movimento pentecostal tem a sua origem nos Estados Unidos, no final do século XIX e início do século XX. Surgiu dentro do Metodismo como um novo movimento de renovação dito "Holiness" (Santidade). Esse movimento ensinava que, depois da conversão (necessária para a salvação), o cristão deveria passar por uma "segunda benção" ou uma nova e mais profunda experiência religiosa, que era chamada de "batismo no Espírito Santo". Em 1900, um grupo de metodistas que tinham aderido ao "Holiness", após interpretarem passagens da Bíblia (At 2,1-12; 10, 44-48; 19, 17), chegaram a conclusão que o sinal característico do batismo em línguas é o dom das línguas (glossolalia). Posteriormente, buscaram os outros dons do Espírito Santo, entre os quais, a cura de doenças pela imposição das mãos.
[21] Prof. Leonildo Campos no artigo: Evangélicos e Mídia no Brasil – uma história de acertos e desacertos. Revista de Estudos da Religião – REVER - PUC SP, 2008.
sábado, agosto 15, 2009
Congregação Cristã - Opção pela Invisibilidade
Resumo:
Palavras chave: Protestantismo, Pentecostalismo, Igrejas Midiáticas
segunda-feira, julho 27, 2009
Economia das Religiões
A pesquisa tem dois objetivos: primeiro começa a testar empiricamente informações acerca das relações entre economia e religião e por outro, segundo seus idealizadores “que o usuário olhe para dados de realidade das religiões desde uma perspectiva própria”. Isto permite a cada interessado traçar o seu próprio roteiro de análise ou que aprofunde questões de pontos abordados na pesquisa.
Os dados apresentados permitem estudar a religiosidade por categoria sócio-econômica e de percepção de condições de vida em nível de cada estado e capital brasileira. A análise realizada é a partir de dados representativos em termos nacionais até então inexplorados e capta inflexões recentes da religiosidade brasileira após a virada do milênio.
Além disso, o acesso da composição religiosa para cada cidade brasileira, regiões administrativas e distritos no caso dos maiores municípios brasileiros a partir do processamento de Censos anteriores e da abertura destas categorias por grupos sociais em cada localidade, ou ainda, por uma abertura fina de denominações religiosas possibilitada pelo tamanho das amostras levantadas.
Quem tiver interesse em aprofundar no assunto acesse com paciência:
segunda-feira, julho 20, 2009
Necessidades Humanas
Desde então se passou a evidenciar uma crença segundo a qual as necessidades do Homem poderão ser reduzidas a leis meramente racionais, ou seja, quando o assunto é satisfazer as necessidades humanas, há que se satisfazer primeiro as necessidades fisiológicas para, daí sim, se pensar em satisfazer as necessidades de reconhecimento ou se “status”. Resta-nos questionar: será que a famosa pirâmide das necessidades de Maslow continua atual nesta nossa sociedade de consumo?
domingo, julho 12, 2009
MEDO
O que podemos tentar continuamente é tornar a vida, ainda que não livre do medo, mais saudável e afirmativa se aceitarmos a finitude da condição humana e nos esforçarmos pela instauração de uma prática ética que valorize de fato a interatividade entre as pessoas, essa interatividade é cada vez mais liquefeita nestes tempos pós-modernos.
Zigmunt Bauman (sociólogo polonês conhecido por suas análises do consumismo pós-moderno) apresenta nitidamente a crueza da "vida líquida", mas a sua consistência se manifesta justamente na possibilidade de analisarmos o rumo existencial que escolhemos seguir e a capacidade de desenvolvermos uma orientação de vida mais sólida e substanciosa, mediante a valorização das diferenças.
sábado, julho 04, 2009
Religião x Idade
Uma pesquisa muito interessante realizada nos Estados Unidos, teve seus dados divulgados no site da Pew Forum na semana passada. Vale a pena percorrer a pesquisa para tirar algumas conclusões a respeito do comportamento humano relacionado ao avanço da idade. A começar pelo que entendem sobre o que caracteriza uma pessoa idosa, a pesquisa mostra diversificados pontos de vista a respeito do avanço da idade para diferentes fases da vida.
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Com respeito à religião, inserimos o resultado da pesquisa no gráfico acima. Quando questionados à respeito do significado e da importância da religião para cada grupo a religião assume diferentes graus de importância. Apenas 44% dos entrevistados com idade entre 18 e 29 anos, reconhecem importância da religião para suas vidas, enquanto na faixa mais avançada, 75 anos ou mais, 70% declaram e reconhecem a importância da religião na vida deles.
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Se você tiver interesse na pesquisa completa, acesse:
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http://pewsocialtrends.org/pubs/736/getting-old-in-america170
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quarta-feira, julho 01, 2009
Religião e Desenvolvimento
domingo, junho 21, 2009
"e-judaísmo"
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Duas das três grandes religiões do mundo: Cristianismo e Islamismo receberam postagens com riquíssimo conteúdo tanto para quem é apenas curioso, quanto para pesquisadores desejosos de aprofundar um pouco mais nestas religiões. Estes conteúdos postados, contudo, estão longe de esgotar todos os endereços que tratam destas religiões na WEB.
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A terceira grande religião que trataremos hoje e que também já se encontra na WEB é o Judaísmo a mais antiga das quatro religiões monoteístas do mundo e a que tem o menor número de fiéis dentre elas. Ao todo somam aproximadamente de 12 a 15 milhões de seguidores.
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Atualmente, a maioria dos judeus vive em Israel e nos Estados Unidos. Na Europa, a maior comunidade judaica encontra-se na França. O judaísmo não é uma religião missionária, à procura de converter pessoas. Aqueles que se convertem, no entanto, devem observar os preceitos da Torá (a lei judaica), que incluem, entre outras coisas, a circuncisão masculina.
Na WEB é possível ter contato e aprender sobre essa religião. Basta acessar o portal: webjudaica e entrar no mundo da religião, no mundo do Judaísmo. O site traz o calendário das festas e as instruções sobre seus significados, letras de músicas, biografias e, como não podia deixar de ser, uma livraria virtual.
Outro endereço com inúmeras informações sobre o Judaísmo é: judaismo-iberico, aqui o visitante pode ter contato com a Bíblia hebraica e a Torá traduzidos para o português e para o castelhano.
sexta-feira, junho 12, 2009
“e-muçulmano”
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Através do endereço: http://www.ziad.hpg.com.br/islamismo/islam.htm é possível acessar inúmeros link’s que explicam ao fiel iniciante, princípios e pilares do islam, conceitos do islamismo para a vida, artigos para solidificar a fé islâmica e muito mais. É possível inclusive conhecer, através do site, os horários e o significado da oração e do “Ramadan” para o muçulmano.
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Já através do portal: http://www.alcorao.com.br/ o fiel muçulmano poderá, a exemplo dos principais portais cristãos, adquirir livros e o próprio “Sagrado Alcorão”, que também está disponível para download. O site também disponibiliza explicações sobre a função espiritual da Mesquita e do Imam (Sacerdote) para o povo muçulmano, além de inúmeros outros artigos e ensinamentos.
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Também é possível, através do portal alcorão.com, acessar um grande número de link’s com uma infinidade de outros recursos para o fiel muçulmano.
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Outro endereço repleto de informações sobre o islam é: http://www.islamreligion.com/pt que oferece inúmeros artigos, estudos sobre religiões comparadas etc. O islamismo já é reconhecido como uma religião que tem tomado espaço significativo no meio de comunicação que mais cresce no mundo.
terça-feira, junho 09, 2009
"e-espírita"
Através da web TV espírita disponível no site, programa elaborado pelo Conselho Espírita Internacional, proporciona ao visitante compreender o que é espiritismo, conhecer sua história e como deve se atuar nos moldes do Projeto denominado 1868, encontrado no livro "Obras Póstumas", de Allan Kardec.
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Além da programação da web TV, disponível 24 horas por dia, o visitante também pode ter acesso a endereço de e-mail, Orkut, blog e central de downloads para baixar músicas, além de uma livraria virtual com livros do espiritismo.
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Já o site: http://www.institutoandreluiz.org/, mantido pelo Instituto André Luiz de Curitiba (PR), funciona com um verdadeiro altar virtual para os adeptos do espiritismo. Através deste endereço o fiel pode acessar estudos sobre a eutanásia, o divórcio, genética, preconceito, doação de órgãos etc. também é possível acessar Orkut e participar de enquetes.
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O site mantém também um canto todo especial, uma verdadeira sala de oração virtual, onde sentimentos substituem velas, incensos, imagens, flores etc. e permite que o visitante dirija sua prece para si próprio, para uma pessoa em particular ou para um grupo de pessoas. Tudo isso com fundo musical.
segunda-feira, junho 08, 2009
"e-evangélico"
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O sucesso das igrejas midiáticas e a disseminação de pastores (independentes) em redes de rádio e TV fez com que a decisão de utilizar a internet também fosse um caminho natural e se apresentasse como um canal de extrema utilidade para pregar. A qualidade de suas incursões (dos evangélicos brasileiros) na mídia tem sido de qualidade superior às de outras religiões.
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O portal i-gospel da Igreja Renascer em Cristo por exemplo, concentra todo seu foco nos trabalhos das suas comunidades, que hoje somam mais de 800 pontos no Brasil e no exterior. O portal é também um dos mais importantes endereços de serviços online para os fieis. Através dele é possível obter endereços de email próprio, com o domínio "@igospel.com.br" e gerenciá-lo através do serviço Gmail, por exemplo.
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Pelo mesmo site, o fiel pode preencher um formulário para ter seu nome e o pedido de oração incluído num "livro de oração". O site disponibiliza também a Bíblia Online, que permite a leitura de versículos, traz traduções e todas as informações a respeito da Bíblia. Também é possível fazer doações ao ministério e a missionários que viajam pelo Brasil e pelo mundo propagando a mensagem do evangelho.
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Para completar, o i-gospel também permite acessar o rádio e a TV online, com transmissão de programação contínua, além de os visitantes poderem ouvir músicas gospel no computador gratuitamente.
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Outro site que pode ser freqüentado pelos evangélicos é Igreja Virtual Evangélica, nele há depoimentos de freqüentadores regulares, pessoas que são aconselhadas, além de atendimento a pastores e obreiros. O visitante pode pedir oração, participar de chats de discussões, responder a pesquisas etc. Os pastores ainda respondem às mensagens de aconselhamento e ajuda. É possível ainda entrar na rede de intercessores e orar pelas pessoas que pedem oração através da página.
sábado, junho 06, 2009
"e-católico"
sexta-feira, junho 05, 2009
e-religião
Apesar de alguns céticos, a religião tem muito a ganhar com este avanço tecnológico, ninguém consegue imaginar quais os recursos e facilidades nos será oferecido no futuro.
A partir desta semana, iremos postar uma série de matérias voltadas para o que já está sendo chamado de e-religião. Serão matérias curtas baseadas numa recente pesquisa do instituto californiano especializado em assuntos religiosos, o Barna Research. Segundo o institudo, até o final da década (ou seja, daqui a menos de 2 anos), mais de 10% da população norte-americana (aproximadamente 30 milhões de fiéis) utilizará a internet como espaço para suas experiências religiosas.
Recentemente, neste mesmo Blog, tratamos o assunto. O título da postagem foi: Do púlpito à web, religiões avançam no mundo digital. Como podemos imaginar o uso da internet pelas religioes, assim como da mídia em geral, tem como fim último a conquista de fiéis. Pela ordem, estaremos postando matérias que tratam da presença na WEB de Católicos, Evangélicos, Espíritas, Candamblé, Budistas e Hindus, além uma postagem sobre um cemitério virtual.
E você já pensou sobre o assunto?
quarta-feira, junho 03, 2009
"Identidade Brasileira"
O Projeto Temático coordenado pelo professor gerou 22 livros, seminários, diversas teses e dissertações, além da revista Almanack Braziliense, que aglutina a contribuição à historiografia brasileira que é feita continuamente por estudiosos envolvidos com os estudos do tema.
sexta-feira, maio 29, 2009
UM EVENTO INUSITADO!!!!
quarta-feira, maio 20, 2009
Religião e Comportamento
O estudo da “Pew Forum”, divulgado no final do ano de 2006, denominou-se "Espírito e Poder-análise dos pentecostais de 10 países". (EUA, Brasil, Chile, Guatemala, Quênia, Nigéria, África do Sul, Índia, Filipinas e Coréia do Sul) o objetivo era saber como crêem e o que defendem os pentecostais em cada um desses lugares.
A pesquisa mostrou, por exemplo, que 73% dos pentecostais brasileiros acham que os líderes políticos devem ter fortes convicções religiosas e que 65% deles acreditam que grupos religiosos devem expressar suas convicções políticas. Ao todo, 83% dos pentecostais brasileiros acham que o país vive um declínio moral. Entre a população em geral os números caem, para os dois primeiro índices, a 57%. Para moral, vai a 79%.
Nos EUA, por sua vez, 87% dos pentecostais acham que seus líderes políticos devem comungar suas fortes convicções religiosas e 79% declararam que grupos religiosos devem ter influência política. Todos os números que têm alguma relação com uma agenda política são maiores que os dados brasileiros. Com uma exceção: o declínio moral, que é visto como grave problema por 62% dos fiéis dos EUA.
"Nos EUA, o pentecostalismo teve uma ligação muito forte com os movimentos negros. No Brasil, restou a batalha moral, porque o Estado sempre foi mais próximo dos católicos", diz Luiz Felipe Pondé, professor de teologia da PUC-SP.
Entre os pentecostais dos países pesquisados pela “Pew Forum”, o Brasil é o segundo que mais tolera o divórcio: 37% dizem reprovar a separação de casais contra 15% do total da sociedade em geral. Nas Filipinas, o número sobe para 84% entre os pentecostais e para 70% no geral. Em compensação, o Brasil está entre os que mais reprovam o aborto: 91% dos pentecostais contra 79% ao todo. Nos EUA, esses dados caem para 64% e 45%, respectivamente.
Apenas em um item abre-se um abismo entre os pentecostais e as outras pessoas: o fervor religioso. Entre os entrevistados pela “Pew Forum”, 86% dos pentecostais dizem que vão à igreja ao menos uma vez por semana. Na população como um todo, o dado cai para 38%. Quando o assunto é leitura da Bíblia, 51% dos pentecostais dizem ler o livro sagrado todo dia, contra 16% das demais pessoas.
quinta-feira, maio 07, 2009
DIZER O TEMPO E A MEMÓRIA
Com o tempo acontece o mesmo. A linguagem não dá conta de definir o tempo, ou seja, não conseguimos atingir o sentido da memória e do tempo, principalmente por sermos impedidos pelas categorias espaciais que utilizamos. Sobre isso, a professora Jeanne Marie, do Dep. De Filosofia da PUC SP, nos diz o seguinte: “é a nossa propensão, quase natural, de falar e de pensar no tempo em termos (em imagens, em conceitos) espaciais que nos impede de entender sua verdadeira natureza”[1].
Agostinho entende que existe outra maneira de pensar o tempo que não em termos espaciais, mas a partir da linguagem, da fala. “Pensar o tempo significa, portanto, a obrigação de pensar a linguagem que o diz e que nele se diz”, ou seja, segundo ele não se pode pensar um sem o outro, pois a linguagem articula o tempo, assim como o tempo articula a própria linguagem.
A memória e a linguagem são, portanto, de suma importância para Agostinho. Em sua tentativa de dizer o tempo, que ele não pensa apenas em termos cosmológicos, como medida de movimento, mas também como interioridade psíquica, “abrindo um novo campo de reflexão: o da temporalidade, da nossa condição específica de seres que não só nascem e morrem ‘no’ tempo, mas, sobretudo, que sabem, que têm consciência dessa sua condição temporal e mortal[2]”.
Para Agostinho a alma é a sede das capacidades humanas de compreensão, percepção, raciocínio, sentimento etc. de todas as potencialidades do espírito. Para ele a alma é a sede do tempo. É preciso para isso ter em mente que o tempo faz parte da criação: o tempo é criatura. Fora da criação existe somente a eternidade de Deus, que consiste na imutabilidade, na ausência de tempo. Desta forma, a eternidade não é tempo infinitamente prolongado, mas uma existência sem nenhum limite, ao contrário da existência humana que é uma distensão, cujas fronteiras são o nascimento e a morte. “É impróprio afirmar que os tempos são três: pretérito, presente e futuro. Mas talvez fosse próprio dizer que os tempos são três: presente das coisas passadas, presente das presentes, presente das futuras. Existem, pois, estes três tempos na minha mente que não vejo em outra parte: lembrança presente das coisas passadas, visão presente das coisas presentes e esperança presente das coisas futuras[3].”
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[1] GAGNEBIN, Marie J. Sete aulas sobre Linguagem, Memória e História. IV. Dizer o Tempo. Rio de Janeiro: Imago, 2005, 2ª Edição.
[2] Ibid, p. 68
[3] AGOSTINHO, Santo. Confissões. Tradução J. Oliveira Santos e Ambrósio de Pina. Coleção Os Pensadores, São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 327-328.
- Excerto da matéria publicada na revista Filosofia (Edição nº 33 de 2009), onde o leitor poderá encontrar a integra do texto de autoria de Ranis Fonseca de Oliveira.